05 maio 2011

Da Fortaleza da Solidão





I



Aprendi a querer muito mas esqueci que sou um só

Pra espantar a solidão vou comprando meus amigos

Eu preferia ter coragem pra mostrar tudo que sinto

Ao invés de ter no rosto um automático sorriso

A manhã nasce vermelha e estou cercado de pecados

lhe procuro e me confesso mas estou sempre mentindo

Eu me escondo sei que o mundo é maior que o meu umbigo

Ainda tenho a infantil pretensão de ser mais santo

Ao mesmo tempo em que procuro a malícia que me falta

Negando sempre em vão chorando a maldade em que me afogo





II



Posso ver muitos dos meus erros

Sei o que sou mas não me conheço

Desconheço quem sou e meus limites

Penso no boi e me reconheço

forte e mesmo assim sempre cercado

Eu pareço o boi aprisionado

Forma forte inútil resignada

que não é nada senão touro castrado

Eu posso ver muitos dos meus erros

tornei-me esboço de um poder que já não tenho

Sei o que sou mas quem sou eu desconheço

E na figura do boi me reconheço

Forma forte passiva e enclausurada

Eu não sei quem sou e lhe confesso

Sei apenas o que sou e não sei nada.

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