29 dezembro 2003

Drummond disse em um poema que a viagem mais difícil do ser humano é em direção a si mesmo.
Pousaremos, um dia, até mesmo na estrela Sol, mas seremos capazes de pôr a mão sobre a natureza de nossas almas? Tomaremos algum modelo humanizatório diferente dos de Bush, Hitler ou do Padre Marcelo?

Mais um ano se passa e a imanente roda do tempo se faz presente. O medo da inconstância faz o homem buscar conforto na rotina. Acordar, trabalhar, comer, dormir. Mas o ciclo é inevitável, destrutivo e construtivo. Somos deuses ao desafiar a placidez dos dias de domigo e o tédio da labuta diária. Temos que fazer arte de nossas vidas e não deixar que vida faça das suas artes conosco.

Refugiar-me-ei no pensamento absurdo de que sou eterno e farei uma música que fará o céu me escutar. Buscarei mais uma vez os amigos no final desta translação terrestre e jogarei flores ao mar com os turistas. Inebriar-me-ei de risadas e desejarei longa vida e felicidade ao meu filho e a todos que amo.
Adoro escrever com vinho na caçola.

Boas festas a Todos que vierem a visitar meu blog... Se é que alguém o lê.
Pôxa!! Nenhuma mensagem no blog.
Agora sei o que significa a expressão palavras ao vento.

Navego por entre as telas, vastos oceanos, Torre de Babel.
Plugo e encontro as músicas que gosto, comento os sites e blogs, respondo e-mails e faço alguns downloads.
Meu filho irá ver um mundo onde a Net será portátil. Palmtops celulares e HD's acopladas no relógio.

    E a pergunta do dia :


"Por que ainda não fomos a Marte ???"

27 dezembro 2003

Ó musa, rogo a ti que me entregue
O segredo do que há belo na palavra.
Desperta, musa, o que no peito lavra
O coração do vate, que sozinho,
Não procura seu destino qual caminho.

O que faz este guerreiro da palavra,
Que trava sua luta com o destino,
Empinando as bandeiras como pipas
Tal qual nas brincadeiras de menino?
Ó musa, rogo a ti que me ilumine

Pois o mundo possui sombras poderosas.
O que fazer de mim, ser inconstante,
Que vaga entre as linhas tortuosas
Do destino de quem vive à própria sorte?
Ó musa, peço que me adie a morte,

Pois meu mundo é meu ser e me fascina.
Transmite o belo dos dias mais risonhos
E a harmonia que há nos meus ouvidos
A toda completude dos meus sonhos
Pra que meus versos falem mais que meus sentidos.

Musa, eu quero a sabedoria.
Liberdade, peço a ti que me sorria,
Pois meu peito é peça rara e confusa.
Abençoa a minha alma e inebria
Minha existência mágica e obtusa.

20 dezembro 2003

Triste, o espírito que não se farta
na ilusão espúria da existência,
Vai procurar na arte algo que faça,
Entre este plano, pleno em desgraças,
Um mundo outro, pleno em consciência.

Caminha o homem, sem saber o seu destino,
Em direção à glória ou à perversidade?
Somos homens conscientes, com memória,
Ou somos tolos que, agindo qual meninos,
Reinventam todo tempo a mesma história?

Avança a ciência. Avança o homem?
Em verdade, se acentuam diferenças.
Se existe um outro mundo após a morte,
Assim como o afirmam muitas crenças,
Morrer é, para o homem, pura sorte.

Sofrer e estar no mundo já se rimam.
Bom senso e humanidade são loucura.
O que é ciência hoje é criação tardia
Daquilo que o passado achou loucura.
A morte é, com certeza, uma alforria.

A alma, esta que sofre co'as desgraças,
Quando se percebe parte de um aboio,
Revoltada com os céus prefere o nada.
A razão é rota mal-iluminada
E os sentidos não mais servem como apoio.

E, sem anjos, orixás ou bruxarias,
pajelanças, orações ou patuás
Restam somente vozes de mil teorias
Que não dão conta do que é estar no mundo
E classificam : coisas "boas", coisas "más".

Triste, o espírito que não se farta
na ilusão espúria da existência,
Vai procurar na arte algo que faça,
Entre este plano, pleno em desgraças,
Um mundo outro, pleno em consciência.


17 dezembro 2003

"Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor
que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles. A amizade é um
sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se
divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não
admite a rivalidade. E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem
morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus
amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o
quanto minha vida depende de suas existências ... A alguns deles não
procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a
seguir em frente pela vida. Mas, porque não os procuro com assiduidade, não
posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar. Muitos
deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada
relação de meus amigos. Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro,
embora não declare e não os procure. E às vezes, quando os procuro, noto que
eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao
meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente,
construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida. Se um deles
morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo!
Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me
envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem
estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo. Por vezes, mergulho em
pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares
maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim,
compartilhando daquele prazer ... Se alguma coisa me consome e me envelhece
é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando
comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus
amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que
são meus amigos! A gente não faz amigos, reconhece-os."

Vinícius de Moraes
Sorte encontrar os amigos. Maior sorte ainda é reencontrá-los e reconhecer neles o "ainda amigos".
Essa estranha fraternidade para com essas poucas-muitas pessoas a quem juramos fidelidade quase eterna resiste a passagem do tempo. Ter um amigo não é conservar dele a sua personalidade, mas a sua.
É guardar um sentimento acima de tudo.
Vivas aos amigos, sejam sempre benvindos.

07 dezembro 2003

Coloquei um link pro meu Mestre de Capoeira. O grupo Senzala agora joga maculelê com os highlanders.
A foto estava dando alguns bugs, desculpem.
Aproveitem Moebius e visitem o site da Heavy Metal Magazine. Linkarei depois.
As músicas do projeto Hard Core Vibes entram no ar hoje, visite o meu web site e confira.

E, finalmente, a pergunta:

"Você acredita em vida após a morte? Reencarnação? Duendes? Governo Lula?"

De Index Librorum Obrigatorius:

Umberto Eco - O Nome da Rosa e o Pêndulo de Foucault - Um melhor que o outro
Clarice Lispector - Perto do coração Selvagem - escrito aos dezessete anos
Aldous Huxley - As Portas da Percepção e Admirável Mundo Novo
Drummmond - Antologia Poética
Goethe - O Fausto - curiosamente o Fausto se chama Henrique tb.
Anne Rice - A rainha dos condenados - cool
Marilena Chauí­ - Espinoza e a filosofia da Liberdade
Darcy Ribeiro - Maí­ra
Zuenir Ventura - 1968 O Ano que Não Terminou
Carlos Heitor Cony - Tijolo de Segurança
Erich Von Daniken - Eram Deuses os Astronautas - obrigatório para o bem ou para o mal
Luis Alfredo Garcia Rosa - Todos
Eça de Queiroz - O Primo Basílio
João Ubaldo Ribeiro - A Casa dos Budas Ditosos e Viva o Povo Brasileiro
Isaac Asimov - Todos, especialmente Fundação. Um gênio.
Arthur C. Clarke - O fim da Infância, 2001, 2010, 2064. Ainda não li o fim da odisséia.

Cuidado com os Protocolos dos Sábios de Sião, Mein Kempf e História Real da Franco-Maçonaria. São monitorados pela CIA.


03 dezembro 2003

Eu admito que o truque da mulher é manjado...
Mas o visual é bem cool. O segredo eu conto depois, se lembrar da fórmula.

Visitei o Tata Caveira indicado no Polopenoso. é cool, mas eu não vou pôr link.

Snoopy Doog, Economia e Desemprego


O filme do Rio de Janeiro está pra lá de queimado no exterior. Mesmo assim não deixam de chegar gringos nestas terras. O Snoopy Doog fez mais em um clip do que dez anos de Itamaraty e Embratur.
Encontrei um gringos perdidos super curiosos com as escadarias de Santa Tereza. Só entendi onde eles queriam chegar quando citaram o clip. Vai vendo...
É óbvio que o Brasil vende mal a sua imagem no exterior. mas a maior verdade é que o governo nunca vai alavancar realmente o Turismo se não facilitar o acesso ao crédito para a classse média brasileira.
Conhecer Fortaleza é para os gringos. Gozar Fernando de Noronha para os que pouparam a pelo menos dois anos.
Para os turistas pode ser que a situação se resolva num próximo clip da MTV.

Aliás, com nosso percentual de juros, os gringos sempre acharão bom estar no Brasil. Algum louco está usando o modelo das bolhas de investimento como ferramenta de gestão macro-econômica para atrair investimentos estrangeiros.
Claro que se você captar dinheiro no exterior a 3% a.a. para investir no que quer que seja no Brasil, somando o efeito do câmbio, dá pra tirar facilmente os 3% e lucrar, no barato, 15%a.a.. Para as comuidades estrangeiras organizadas no país é o mesmo que dizer: este país está à  venda.
Veja bem: se eles geram empregos, isto não é ruim. Não sou xenófobo em hipótese alguma. Que venham e gerem divisas.
Infelizmente, o setor produtivo está engessado, a tendência global está voltada para os serviços, tomadores de empréstimos que não emitem tí­tulos no mercado aberto em sua maioria e, com dinheiro para especular, o mercado se fecha na remuneração dos tí­tulos públicos, que rendem pelo menos 14% a.a..
O mesmo ocorre com as pequenas empresas, sobretaxadas e, por isso, sonegadoras, tomadoras de empréstimo e sem lastro para investir a longo prazo, sem tí­tulos para negociar ou incentivos consistentes que não as façam réfens do sistema financeiro (curiosamente dominado por estrangeiros). Os maiores empregadores do paí­s, para não deixar de repetir o coro não têm o espaço devido.
Sobreviver para estes empresá¡rios é complicado, nâo há capacitação e a maioria naufraga em três anos.
Já os estrangeiros... prosperam e, para alguns, de forma inexplicável.
Somos um paí­s de potencialidades ainda inexploradas no que diz respeito a tecnologia, a própria indústria de agribussiness e produção intelectual. Nossos instrumentos de regulação ainda se mostram ineficazes para proteger nossos direitos internacionais de exploração da biodiversidade e patentes.
Soluções :
> Baixar os juros abandonando o sistema de captação de recursos voláteis

> Redirecionar o mercado, por setores, condicionando empréstimos à capacitação, num modelo de cooperativas regionalizado. Privilégio para os pequeno e micro empresários.

> Revisão imediata dos patamares estabelecidos pelo Banco Central para o sistema financeiro e adoção de uma polí­tica de novos empregos a partir deste setor.
Exemplificando: Quantos postos de trabalho seriam criados se a jornada de trabalho dos bancos fosse de seis horas e o expediente bancário de 10horas?

Baixou o caboclo economista, mas já subiu. Depois eu continuo. Comente e me ajude.

02 dezembro 2003

Muito macabro...
Decifrem esse enigma.

A mulher que lê a mente
Grandes vivas aos poetas inebriados.
Viola e grandes idéias tomando forma, enquanto tudo que é etílico desaparecia rapidamente em meio a fumaça dos cigarros.
Reúnam-se com seus amigos para criar, ler o trecho do livro que gostam, ver o filme, declamar poesia, beber um copo de absinto e cantar uma nova canção.
Façam tudo isso ao mesmo tempo e sejam felizes.
Reunimo-nos eu, Rômulo Narducci e Rodrigo Santos para organizar um evento no SESC - São Gonçalo : Uma Noite na Taverna. Poesia ao vivo para alegrar aos espíritos do bem.
Reúnam-se conosco e sejam felizes.
Visitem o Thorazine e o Pipusquack para saberem mais a respeito.

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